terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril de 1974.

Lembras-te deste dia? O que fazias ? O que pensaste? O que representou para ti?

Se fores ex-combatente...a tua opinião será preciosa para mim.

OBRIGADA.

Tem um Bom Dia!

Beijinho,

Isabel


Aguas da Vida said...
Ola querida Isabel, andei investigando e descobri que dia 25 de abril na Italia foi o dia da liberaçao pelos italianos das tropas invasoras alemas, por isso é feriado na Italia, mas em Portugal descobri que foi o dia da revoluçao encontrei esse link que mostra alguns detalhes:

http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/vilavicosa/25abril.html


Mocho Falante said...
olá miha querida, lembro esse dia do meu pai ter voltado para casa mais cedo e que havia muita agitação....Era de facto muito novo mas deu para perceber que algo se passava e de muito bom.beijocas


wind said...
Belo o teu trabalho. Lembro-me muito bem desse dia. Tinha 9 anos. Levantei-me para ir para a escola. Omeu pai estava a ouvir a rádio e disse para não sairmos de casa, mas eu fiz uma vbirra que queria e queria mesmo ir para o ciclo (na altura chamava-se assim). Lá vai a desgraçada da minha mãe rua fora e ao pe da escola estava a polícia que nos mandou voltar para trás. Nesse dia vi o meu pai feliz, mas não entendi muito bem, só nos dias seguintes percebi e fiquei também feliz:) beijos


A.J.Faria said...
Olá, Isabel!É um dia que aproveito para ler um pouco mais sobre o sigificado e as consequências que a revolução de Abril nos proporcionou.Abraço,

chuvamiuda said...
......para mim significa o poder escrever e dizer o que me apetece, contra a vontade de muitoos(as).....Beijinhos e continuação de bom feriado

Anonymous said...
Oi lindinha,Eu estava estudando na Africa do Sul, e voltei a LM dias depois, e como estava meio tumultuado, o meu pai achou por bem eu vir morar no Brasil com a minha mãe, porque ele tinha medo do que poderia acontecer após 25 de abril, e sabemos que não foi nada agradável.Enfim, fico triste com tudo isso.Um beijinho grandeOlguita


Caracolinha said...
Querida, pouco me lembro, tinha apenas 4 anos ... mas, mais importante foi ter crescido a saber respeitar os valores das portas que Abril abriu ... neste dia da LIBERDADE, da conquista, da ausência de cinzentismo, fica uma beijoca encaracolada em forma de cravo vermelho !!!!


cuco said...
Seriam cinco da tarde, passava de carro pela Polana a caminho do estádio do S.L.M e Benfica.A Rádio falava de "uma revolta" em Lisboa...Depois, agora, mais do que comemorar, "lembro" este dia de Abril.De algum modo, alegrei-me com o "golpe", nesse tempo.Agora gosto da festa.Aqui, no meu sítio, foi bonita, "pá"!Ambanini com fraternal abraço, Isabel


Eva Shanti said...
Querida Isabel,Tinha 4 anos quase acabados de fazer. Não me lembro do "antes", do "durante", mas tenho recordações do "depois": instabilidade do país, milhares de pessoas que vinham de África, milícias militares.Tinha dificuldade em perceber de onde vinham aquelas pessoas, porque é precisavam de roupa, de ajuda. Só muito depois, e com o passar do tempo, consegui ter uma noção do significado de liberdade. O meu pai falara-me de livros proíbidos e de caves de livrarias escondidas do regime e a que tinha acesso. Cresci num ambiente em que se discutia tudo e onde sempre se aceitou a pluralidade de ideias. Não sei nem concebo que se viva de outra maneira - tenho horror à censura e à manipulação.Bjs


Terreiro said...
O trabalho está excelente! … Adorei.O dia 25 de Abril de 74 não o vivi como hoje o respeito.Por cá, Mangualde, com apenas 6 anitos, só tomei consciência que algo mudara, porque este dia começou a ser comemorado. Muitos desenhos fiz alusivo ao dia e claro nunca faltou a arma com o cravo.Se fizer uma “busca” na minha mala da escola, ainda vou descobrir, por certo, alguns desses desenhos.Viva o 25 de Abril … e que o respeito pelo ser Humano nunca morra!Abraços


Ruth Iara said...
Querida, obrigada pela visita!Quero usar estes sapatos para sair com meu bem, mas não vou poder caminhar muito, por isso ele terá de me levar en coche, depois servirá champanhe no meu sapato e tomará e vai me emprestar os seus chinelos para voltar para casa. Este dia? Eu pretendo saber mais sobre e acredito que signifique liberade de modo geral. Meu amigo Félix posto algo sobre este dia de uma forma poética. Acho que representa renovação, pois muitas flores colhidas por mãos já cansadas como mostra no teu lindo trabalho representam o resurgimento de uma nova vida. Vou aproveitar e dar uma conferida nos linques que a nossa amiga do Águas apresenta para que me instrua melhor a respeito deste dia especial.Grande Abraço!Felicidades prá ti!


said...
EAmaral u lembro-me muito bem desse dia. Levantei-me para ir trabalhar, como o fazia todas as manhãs e soube que algo de anormal se estava a passar, quando a rádio começou a aconselhar as pessoas a permanecerem em casa. Para mim, foi como um foguete a rebentar-me aos pés. Saí imediatamente de casa e rumei para a baixa de Lisboa. Deambulei pelas ruas como um perdido. Não sabia o que fazer nem aonde ir. Pessoalmente, nunca entrei em "políticas", mas ia a todas as manifestações de rua, promovidas pelos bancários. Lembro, "saudosamente" as correrias pela Rua do Ouro e transversais, a fugir da polícia de choque, apedrejando-os, escondendo-me nas portas entreabertas. Dava-me "gozo" enfrentar o proibido, ser "contra" o estabelecido, "falar" alto onde outras pessoas temiam fazê-lo... Senti a censura no cinema, nos jornais e revistas, no emprego - embora não soubesse nada de política... Por isso, naquele dia, ao percorrer as ruas de Lisboa, nem fazia ideia daquilo que podia ou devia fazer. Cruzava-me com pessoas que gritavam e acenavam, seguia umas, depois outras, sem perceber muito bem o que se estava a passar… Só com o decorrer do tempo me apercebi que o governo tinha caído e uma "revolução" estava em marcha...A partir desse dia, tudo mudou. Nada mais iria ser como dantes...


Menina_marota said...
Onde estavas tu?...A viagem leva-a ao mundo dos sonhos. Aqueles sonhos que quer esquecer. Navega por caminhos dúbios, sentindo a chuva escorrer-lhe pelo rosto. Será a chuva, ou serão as lágrimas que lhe molham o rosto, colando-lhe os cabelos molhados, que ela afasta, com um gesto calmo?Recorda o seu primeiro amor. O primeiro beijo. O primeiro marido.A primeira mágoa.De menina se fez mulher. De uma forma suave. De uma forma trágica. Trágica? Não. Isso soa a drama. E a vida dela, não foi um drama. Foi tudo menos um drama. Porque foi real. Sentiu-a no corpo. E os dramas, são filmes. Ficção, retirada de uma mente qualquer.Mas ela estava lá. Foi tudo real.Sentiu em Abril, o pânico de algo que ela ao princípio, não entendeu!Vai para casa, disseram-lhe. Fecha tudo. Olha que estás grávida.Sozinha, abalou para casa. E lá ficou. O rádio transmitia canções, mas ela pensava: temos uma revolução? Que irá acontecer?Canta uma canção baixinho. Acaricia a barriga nua. Está sossegada aqui estás a salvo. E ela? Estaria a salvo?Quanto tempo passou assim? Viajou no tempo. Na distância. Quantas viagens, depois dessa?Aquela vez, que galgou quilómetros e quilómetros, para ficar lá, parada, sentindo a chuva cair. No seu rosto? Talvez! Afinal a chuva, é salgada, como o são as lágrimas.Quantas vezes, desejou voltar atrás. Aninhar-se no colo do Pai e dizer-lhe: não me deixes crescer!(Este é um extracto de um texto, exactamente escrito a propósito dessa pergunta. O resto, se quiseres, poderás ler aqui...http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/2005/04/Um abraço carinhoso e resto de bom feriado ;)


Ruth Iara said...
Ops!Mais um:Parabéns pelo destaque bem merecido!Ps. Li e comentei sobre a Revolução dos Cravos que estudei no colégio mas estava esquecida.Beijos!

frog said...
Querida Isabel, eu estive na guerra colonial em Moçambique! Mas é uma coisa sobre a qual não gosto de falar... eu sei que vais entender!...Deixo-te um beijo e um cravo vermelho!...


peciscas said...
O meu 25, foi...a 26.Nesse dia, estava muito longe daqui, em Timor, onde as coisas chegavam muito lentamente e com 7 horas de atraso.As primeiras notícias eram ainda algo confusas e ambíguas.Depois, pouco a pouco, foram-se aclarando os contornos da situação e o pessoal foi perdendo os receios e acreditando que afinal, o "dia luminoso" tinha acontecido.Mas, naquelas terras, as consequências foram aparecendo aos soluços. Por exemplo, a tenebrosa pide ainda se pavoneou, arrogante, por alguns dias.Mas, há uma coisa que me há-de sempre pesar na memória. Desde a minha juventude que ansiava pela libertação do meu país das trevas do obscurantismo e da opressão. E, quando isso, finalmente, sucedeu, estava muito longe, não podendo celebrar, nas ruas, como eu gostaria, esse acontecimento singular, para o qual, mesmo modesta e insignificantemente, acho que também contribui.


Luh said...
Que lindo o teu trabalho Isabelinha.Eu estava em LM e estava no aeroporto.Pensámos que havia um temporal na metropole, por causa do NOTAM que informava que os aeroportos estavam fechados.

Margarida Ricardo said...
Mais um lindo trabalho, que fica bem aqui neste espaço que dedicas ás mulheres, porque o 25 de Abril para nós mulheres significou liberdade "a dobrar". Em 25 de Abril de 1974 eu estava em LM e estava em casa doente. Achei estranho porque a rádio transmitia uma música "funebre" como eu lhe chamava na altura e só á tarde começámos a saber alguma coisa mas só no dia 26 a noticia da revolução foi dada claramente. Para mim é uma data que comemoro sempre porque nos deu a liberdade que os nossos pais não tiveram.


Belzebu said...
Apesar de miudo julgo que tive a consciencia que algo de bom se estava a passar! Confirmou-se!Hoje somos diferentes com gente diferente e até há quem se dê ao luxo de não comemorar! Até os tontos merecem espaço!Saudações!


Stressless said...
Se me lembro?Sem dúvida.Mas dos seguintes muito mais... com muitas lágrimas assinalado o fim da minha infância, com 8 anos. Tive que me separar dos meus pais.Bj


pisconight said...
Eu só dormia e mamava... tinha 3 meses...


Manel do Montado said...
Isabel,Já não estava em Moçambique, estudava em Elvas e lembro-me perfeitamente dessa manhã de Quinta-feira em que chovia miudinho.Estranhamente as portas do Quartel estavam fechadas e nisso eu reparei. Havia também soldados armados nas muralhas. Só sei que reparei nisso…mas nada do que se adivinhava me passou pela cabeça.Depois, num café perto da Escola, reparei que toda a gente olhava para a televisão em silêncio. Só me lembro disto e de não haver escola nesse dia.Desculpa lá, o anónimo é o Manel do Montado Beijo

28 comentários:

Águas da Vida News disse...

Ola querida Isabel, andei investigando e descobri que dia 25 de abril na Italia foi o dia da liberaçao pelos italianos das tropas invasoras alemas, por isso é feriado na Italia, mas em Portugal descobri que foi o dia da revoluçao encontrei esse link que mostra alguns detalhes:
http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/vilavicosa/25abril.html


Big Kiss

Águas da Vida News disse...

correçao do link:
http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/vilavicosa/25abril.html

Águas da Vida News disse...

desculpa a insistencia mas o link nao aparece correto tentarei dividi-lo:
http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/
vilavicosa/25abril.html

Isabel Filipe disse...

Oi querida Águas da Vida,
Fiquei feliz por o 1º comentário ter sido de alguém do Brasil. Obrigada minha amiga.

Espero que haja muitas intervenções. Foi o dia que mudou Portugal.
Beijokas no teu coração.

Mocho Falante disse...

olá miha querida, lembro esse dia do meu pai ter voltado para casa mais cedo e que havia muita agitação....

Era de facto muito novo mas deu para perceber que algo se passava e de muito bom.

beijocas

Anónimo disse...

Olá Isabel...seu trabalho é lindo e de extremo bom gosto Parabens...Voltarei mais vezes ...um bjo SEDA

Águas da Vida News disse...

Obrigada minha querida amiga faça das suas palavras a minha no comentario no aguas da vida, sou feliz de ter conhecido um ser de luz como és. Toda transformaçao na vida do ser humano trazem dores e vitorias, espero que quem passou por essas transformaçoes saibam dar o valor e a memoria nunca esqueça dessas do passado.
Big kIss

wind disse...

Belo o teu trabalho. Lembro-me muito bem desse dia. Tinha 9 anos. Levantei-me para ir para a escola. Omeu pai estava a ouvir a rádio e disse para não sairmos de casa, mas eu fiz uma vbirra que queria e queria mesmo ir para o ciclo (na altura chamava-se assim). Lá vai a desgraçada da minha mãe rua fora e ao pe da escola estava a polícia que nos mandou voltar para trás.
Nesse dia vi o meu pai feliz, mas não entendi muito bem, só nos dias seguintes percebi e fiquei também feliz:) beijos

Isabel Filipe disse...

Seda,

Obrigada pela tua visita. Espero que tenhas gostado e que voltes sempre. A casa é tua.

Bjs

Isabel Filipe disse...

Aguas da Vida,

Podes crer que sim...

Beijoka

Isabel Filipe disse...

António F.,

Obrigada pela visita e tuas palavras...mas eu tinha-te perguntado outra coisa...não o que fazes hoje...mas o que fazias em 1974........

de qualquer modo...obrigada.

Bjs

antónio paiva disse...

......para mim significa o poder escrever e dizer o que me apetece, contra a vontade de muitoos(as).....

Beijinhos e continuação de bom feriado

Anónimo disse...

Oi lindinha,

Eu estava estudando na Africa do Sul, e voltei a LM dias depois, e como estava meio tumultuado, o meu pai achou por bem eu vir morar no Brasil com a minha mãe, porque ele tinha medo do que poderia acontecer após 25 de abril, e sabemos que não foi nada agradável.

Enfim, fico triste com tudo isso.

Um beijinho grande

Olguita

Caracolinha disse...

Querida, pouco me lembro, tinha apenas 4 anos ... mas, mais importante foi ter crescido a saber respeitar os valores das portas que Abril abriu ... neste dia da LIBERDADE, da conquista, da ausência de cinzentismo, fica uma beijoca encaracolada em forma de cravo vermelho !!!!

Carlos Ramos disse...

Seriam cinco da tarde, passava de carro pela Polana a caminho do estádio do S.L.M e Benfica.A Rádio falava de "uma revolta" em Lisboa...
Depois, agora, mais do que comemorar, "lembro" este dia de Abril.De algum modo, alegrei-me com o "golpe", nesse tempo.Agora gosto da festa.Aqui, no meu sítio, foi bonita, "pá"!
Ambanini com fraternal abraço, Isabel

Eva Shanti disse...

Querida Isabel,

Tinha 4 anos quase acabados de fazer. Não me lembro do "antes", do "durante", mas tenho recordações do "depois": instabilidade do país, milhares de pessoas que vinham de África, milícias militares.

Tinha dificuldade em perceber de onde vinham aquelas pessoas, porque é precisavam de roupa, de ajuda.

Só muito depois, e com o passar do tempo, consegui ter uma noção do significado de liberdade. O meu pai falara-me de livros proíbidos e de caves de livrarias escondidas do regime e a que tinha acesso. Cresci num ambiente em que se discutia tudo e onde sempre se aceitou a pluralidade de ideias. Não sei nem concebo que se viva de outra maneira - tenho horror à censura e à manipulação.

Bjs

Unknown disse...

O trabalho está excelente! … Adorei.

O dia 25 de Abril de 74 não o vivi como hoje o respeito.
Por cá, Mangualde, com apenas 6 anitos, só tomei consciência que algo mudara, porque este dia começou a ser comemorado. Muitos desenhos fiz alusivo ao dia e claro nunca faltou a arma com o cravo.
Se fizer uma “busca” na minha mala da escola, ainda vou descobrir, por certo, alguns desses desenhos.
Viva o 25 de Abril … e que o respeito pelo ser Humano nunca morra!

Abraços

Amaral disse...

Eu lembro-me muito bem desse dia. Levantei-me para ir trabalhar, como o fazia todas as manhãs e soube que algo de anormal se estava a passar, quando a rádio começou a aconselhar as pessoas a permanecerem em casa. Para mim, foi como um foguete a rebentar-me aos pés. Saí imediatamente de casa e rumei para a baixa de Lisboa. Deambulei pelas ruas como um perdido. Não sabia o que fazer nem aonde ir. Pessoalmente, nunca entrei em "políticas", mas ia a todas as manifestações de rua, promovidas pelos bancários. Lembro, "saudosamente" as correrias pela Rua do Ouro e transversais, a fugir da polícia de choque, apedrejando-os, escondendo-me nas portas entreabertas. Dava-me "gozo" enfrentar o proibido, ser "contra" o estabelecido, "falar" alto onde outras pessoas temiam fazê-lo... Senti a censura no cinema, nos jornais e revistas, no emprego - embora não soubesse nada de política...
Por isso, naquele dia, ao percorrer as ruas de Lisboa, nem fazia ideia daquilo que podia ou devia fazer. Cruzava-me com pessoas que gritavam e acenavam, seguia umas, depois outras, sem perceber muito bem o que se estava a passar…
Só com o decorrer do tempo me apercebi que o governo tinha caído e uma "revolução" estava em marcha...
A partir desse dia, tudo mudou. Nada mais iria ser como dantes...

Menina Marota disse...

Onde estavas tu?...

A viagem leva-a ao mundo dos sonhos. Aqueles sonhos que quer esquecer. Navega por caminhos dúbios, sentindo a chuva escorrer-lhe pelo rosto. Será a chuva, ou serão as lágrimas que lhe molham o rosto, colando-lhe os cabelos molhados, que ela afasta, com um gesto calmo?

Recorda o seu primeiro amor. O primeiro beijo. O primeiro marido.A primeira mágoa.

De menina se fez mulher. De uma forma suave. De uma forma trágica. Trágica? Não. Isso soa a drama. E a vida dela, não foi um drama. Foi tudo menos um drama. Porque foi real. Sentiu-a no corpo. E os dramas, são filmes. Ficção, retirada de uma mente qualquer.

Mas ela estava lá. Foi tudo real.

Sentiu em Abril, o pânico de algo que ela ao princípio, não entendeu!

Vai para casa, disseram-lhe. Fecha tudo. Olha que estás grávida.

Sozinha, abalou para casa. E lá ficou. O rádio transmitia canções, mas ela pensava: temos uma revolução? Que irá acontecer?

Canta uma canção baixinho. Acaricia a barriga nua. Está sossegada aqui estás a salvo. E ela? Estaria a salvo?

Quanto tempo passou assim? Viajou no tempo. Na distância. Quantas viagens, depois dessa?

Aquela vez, que galgou quilómetros e quilómetros, para ficar lá, parada, sentindo a chuva cair. No seu rosto? Talvez! Afinal a chuva, é salgada, como o são as lágrimas.

Quantas vezes, desejou voltar atrás. Aninhar-se no colo do Pai e dizer-lhe: não me deixes crescer!



(Este é um extracto de um texto, exactamente escrito a propósito dessa pergunta. O resto, se quiseres, poderás ler aqui...

http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/2005/04/


Um abraço carinhoso e resto de bom feriado ;)

peciscas disse...

O meu 25, foi...a 26.
Nesse dia, estava muito longe daqui, em Timor, onde as coisas chegavam muito lentamente e com 7 horas de atraso.
As primeiras notícias eram ainda algo confusas e ambíguas.
Depois, pouco a pouco, foram-se aclarando os contornos da situação e o pessoal foi perdendo os receios e acreditando que afinal, o "dia luminoso" tinha acontecido.
Mas, naquelas terras, as consequências foram aparecendo aos soluços. Por exemplo, a tenebrosa pide ainda se pavoneou, arrogante, por alguns dias.
Mas, há uma coisa que me há-de sempre pesar na memória. Desde a minha juventude que ansiava pela libertação do meu país das trevas do obscurantismo e da opressão. E, quando isso, finalmente, sucedeu, estava muito longe, não podendo celebrar, nas ruas, como eu gostaria, esse acontecimento singular, para o qual, mesmo modesta e insignificantemente, acho que também contribui.

Anónimo disse...

Amiga Isabel,
Venho retribuir sua visita e aproveito para parabenizá-la pela merecida escolha como blog destaque da GB. Apenas para registrar, o seu blog continua lindo e com excelente conteúdo.
Um grande abraço.

Luisa Hingá disse...

Que lindo o teu trabalho Isabelinha.
Eu estava em LM e estava no aeroporto.
Pensámos que havia um temporal na metropole, por causa do NOTAM que informava que os aeroportos estavam fechados.

Anónimo disse...

Mais um lindo trabalho, que fica bem aqui neste espaço que dedicas ás mulheres, porque o 25 de Abril para nós mulheres significou liberdade "a dobrar". Em 25 de Abril de 1974 eu estava em LM e estava em casa doente. Achei estranho porque a rádio transmitia uma música "funebre" como eu lhe chamava na altura e só á tarde começámos a saber alguma coisa mas só no dia 26 a noticia da revolução foi dada claramente. Para mim é uma data que comemoro sempre porque nos deu a liberdade que os nossos pais não tiveram.

Kalinka disse...

ISABEL F.
Na sequência do «Desafio» que me fizeste, gostava que passasses no meu kalinka, para ver qual o tema que escolhi.
Desculpa, está em 3 partes, a 1ª parte devia ficar inteira, mas problemas com a net, cortou-me o texto ao meio, e lá tive que fazer a 2ª parte como continuação da 1ª parte. Depois decidi ir ao site e fiquei horrorizada com o k lá vi que tive que publicar para todo o Mundo tomar conhecimento das atrocidades que se praticam, e ninguém faz nada, infelizmente.
Beijokas.

Belzebu disse...

Apesar de miudo julgo que tive a consciencia que algo de bom se estava a passar! Confirmou-se!

Hoje somos diferentes com gente diferente e até há quem se dê ao luxo de não comemorar! Até os tontos merecem espaço!

Saudações!

pisconight disse...

Eu só dormia e mamava... tinha 3 meses...
;)

Anónimo disse...

Isabel,

Já não estava em Moçambique, estudava em Elvas e lembro-me perfeitamente dessa manhã de Quinta-feira em que chovia miudinho.
Estranhamente as portas do Quartel estavam fechadas e nisso eu reparei. Havia também soldados armados nas muralhas. Só sei que reparei nisso…mas nada do que se adivinhava me passou pela cabeça.
Depois, num café perto da Escola, reparei que toda a gente olhava para a televisão em silêncio. Só me lembro disto e de não haver escola nesse dia.
Beijo

Manel do Montado disse...

Isabel,

Já não estava em Moçambique, estudava em Elvas e lembro-me perfeitamente dessa manhã de Quinta-feira em que chovia miudinho.
Estranhamente as portas do Quartel estavam fechadas e nisso eu reparei. Havia também soldados armados nas muralhas. Só sei que reparei nisso…mas nada do que se adivinhava me passou pela cabeça.
Depois, num café perto da Escola, reparei que toda a gente olhava para a televisão em silêncio. Só me lembro disto e de não haver escola nesse dia.
Desculpa lá, o anónimo é o Manel do Montado
Beijo